Augusto Cury - Patrono da Feira do Livro de Estrela-RS







Augusto Cury ensina sua inteligência emocional: pensar antes de reagir

Augusto Cury dá os passos para as pessoas criarem inteligência emocional e diz que escolas de Estrela estão no caminho

Considerado fenômeno editorial por ser um dos autores mais lidos do Brasil, com livros em mais de 60 países, o patrono da 6ª Feira do Livro de Estrela, Augusto Cury, levou uma multidão de 2,5 mil pessoas ao Centro Comunitário Cristo Rei em Estrela, quarta-feira à noite, quando falou sobre inteligência emocional.

Ele relatou o dilema da sociedade moderna que avança na tecnologia, mas não na gestão de emoções. Constroi chips cada vez menores, aperfeiçoa a era digital, mas ficou parada na questão da inteligência emocional. “Demos um salto dantesco na tecnologia, mas para gerenciar pensamentos e se tornar autores de nossa própria história estamos quase no tempo da pedra. Não desenvolvemos ferramentas para termos emoção saudável, uma mente livre e criativa, numa sociedade altamente estressante.” Segundo ele, as estatísticas revelam que a sociedade tomou o caminho errado: uma em cada duas pessoas cedo ou tarde desenvolverá um transtorno psiquiátrico, 80% dos jovens desenvolvem sintomas de timidez ou insegurança, 80% dos executivos são despedidos do mundo corporativo por falta de habilidade sócio-emocionais. “Esses números revelam o impasse da sociedade moderna.” Para ele, é preciso empreender para dentro de si mesmo, saber pensar antes de reagir, eis a base da inteligência emocional.

Cury desenvolveu uma das poucas teorias mundiais que estuda o funcionamento da mente, a construção de pensamentos e a formação do eu como autor da própria história. Essa teoria derivou a Escola da Inteligência, implantada em Estrela no início do ano e que entra na grade curricular com uma aula por semana justamente para ensinar crianças e adolescentes àquilo que os adultos não aprenderam: pensar antes de reagir, a expor e não impor ideias, a colocar-se no lugar do outro e a gerir a própria mente, trabalhar sonhos com disciplina e consciência crítica. Estas são na visão dele, as ferramentas emocionais mais importantes. Para ele, Estrela, se tornará um modelo de inteligência emocional para toda a região. “Nossa esperança é de que aqui em Estrela as crianças e adolescentes possam ter um futuro muito melhor do que se estivessem em escolas clássicas.”

Vendas de livros de Cury disparam após palestra

As vendas dos livros do médico e autor Augusto Cury, patrono da 6º Feira do Livro de Estrela, se elevaram após sua palestra no Centro Comunitário Cristo Rei. Na palestra, Cury falou sobre inteligência emocional e a maneira assertiva de gerenciar emoções e depois concedeu autógrafos para dezenas de fãs. Nesta quinta-feira, Cury visitou o evento na Soges, conversou com pessoas e foi assediado por leitores, tamanha a sua popularidade. Na feira ele fez uma segunda sessão de autógrafos e para cada leitor concedia uma palavra de motivação.

Seus livros saíram com rapidez dos estandes. “Mantivemos um bom estoque dos títulos dele, todos têm demanda. As pessoas procuram principalmente os que falam sobre ansiedade”, diz a atendente Terezinha Cuccioli.

Com o vento a favor de Duca Leindecker

Com o salão social da Soges lotado de estudantes, o músico e escritor Duca Leindecker, convidado da 6ª Feira do Livro de Estrela, conseguiu imprimir um ritmo próprio no bate-papo que se propôs a fazer com os alunos. Muitas perguntas, brincadeiras e a interação com o público foi total justamente por ter um jeito descontraído de conversar. “Eu gostaria de fazer um bate papo. Vamos trocar ideias sobre o universo da música e da literatura.” E assim ele o fez, quebrando o gelo do público com um grito coletivo para estabelecer a comunicação. “vamos gritar: 1,2,3,4 ôô”. E o burburinho se encheu no salão.

Leindecker acentuou que é preciso encontrar na literatura, um estilo que agrade ao leitor. Encontrando o tipo acertado, aprende-se a gostar de ler. “Ler vale a pena porque nada é tão livre quanto o universo da literatura.” Os livros feitos sobre filmes são melhores do que a película justamente porque se pode imaginar o heroi e os detalhes do jeito que se quer. Assim como imaginar o bandido. O leitor é que cria suas próprias projeções.

O que ficou marcado na palestra de Leindecker foi a palavra persistência. Com a morte do pai aos 8 aos, ele se “jogou” na arte e a mãe lhe deu apoio total. Falou da importância de escolher a profissão e na constância de seguir aperfeiçoando o dom. Segundo ele, para ter sucesso é preciso envolvimento. “É preciso tentar e persistir.”

“Fico preocupado com isso de a gurizada nova não compreender que é preciso persistir para as coisas darem certo”, disse após o bate-papo. O músico acentua que para ascensão pessoal e profissional é preciso mais suor do que talento.

Para comprovar que seu talento musical está em alta, deu uma canja com voz e violão. “Deixe o sol bater na cara”. As palmas irromperam pelo salão.

Crianças estimulam vendas

Crianças e jovens estão se destacando como consumidoras desta 6ª edição da feira e os proprietários das livrarias se dizem satisfeitos com o movimento. Das milhares de obras a disposição, grande parte destina-se ao público infanto-juvenil. Títulos como Harry Potter, Diário de um Banana, Quem é Você Alasca ou A Culpa é das Estrelas chamam atenção da garotada. Os baixinhos que estão na fase da pré-alfabetização, também divertem-se no mundo das palavras. Ana Laura Agnoletto (5) e Álvaro Agnoletto (4) não saíram da feira de “mãos abanando”. A avó Lílian Cândido tratou de comprar obras para os netinhos para perpetuar a família de leitores que são. “O hábito da leitura começa quando se ainda está na barriga.”

A Feira do Livro encerra-se nesta sexta-feira com visitação, hora do conto e atividades culturais. 

Matéria: Andreia Rabaiolli

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