OCVAT - ORQUESTRA DE CONCERTOS VALE DO TAQUARI - MUSICAL... IDADE FINAL




MUSICAL...IDADE - FINAL 

Vera Maria Bencke 

Como idealizadora da Orquestra, tomei a liberdade de abrir meu arquivo pessoal e, por que não dizer, sentimental. Decidi contar alguns fatos e acontecimentos que, nem os músicos que entraram mais tarde, quando tudo já estava em pleno andamento, deles tomaram conhecimento. O Berty organizou esta Orquestra e também a administrou por longos anos. Independente de estar na presidência ou não, foi ele que, juntamente com colaboradores, construiu todo o patrimônio dela, investindo cada centavo que entrava. Fiz questão de divulgar, ao longo destes artigos publicados, tudo o que foi doado e também adquirido com os auxílios recebidos. Em 1995, só em partituras tínhamos seguramente 110 ou mais. Além do patrocínio da Eletrônica SELENIUM, a maior parte dos auxílios recebidos era do Município de Estrela, beneficiando toda a região do Vale do Taquari. Nós lutávamos pela OCVAT - Orquestra de Concertos “VALE DO TAQUARI”. Aliás, o artista estrelense Sérgio Werle soube, de maneira muito criativa e original, ilustrar a idéia deste nome no logotipo que criou. Nele podemos ver o rio Taquari, suas margens e todo o Vale contornado por um instrumento de cordas estilizado. Por cima, ligando toda a região, um grande pentagrama em forma de faixa, sugerindo música. E a batuta de um maestro apontando para a sigla OCVAT. Mas, nos tornamos pedras nos sapatos de algumas pessoas que, certamente gostariam de ter feito o que conseguimos fazer a partir do nada, sempre baseados em Filipenses 4,13: Tudo posso Naquele que me fortalece. 

Os lesados não fomos nós, o Berty e eu. Nosso patrimônio tem outros valores. Também buscamos outro Reino onde tudo é adquirido por intermédio de Mateus 6,33. Não será para nós que deverão prestar contas !!! 

Em tempo: Daquela verba prometida, segundo o Pedro Flor, pelo SESC, de Lajeado, não tivemos mais notícias. Pelo menos enquanto participávamos da OCVAT. Por este motivo não pude mencioná-la como auxílio recebido. Apesar de termos realizado vários Concertos naquele local. 

Por outro lado, perdas irreparáveis são perdas humanas, como as que sofremos. Faleceram nossos dois apresentadores oficiais. Primeiro o Cláudio Mundel e depois o Valdomiro Grassi. Também faleceu o responsável pela sobrevivência da Orquestra em seus primeiros anos, os mais difíceis: Victor Aggens, um dos diretores da Eletrônica SELENIUM Ltda.. Ele, atendendo nosso pedido e apelo, tornou possível mantermos um maestro e também adquirirmos arranjos e partituras. A SELENIUM nos patrocinou até conseguirmos andar sozinhos e em condições de pedirmos auxílios e verbas dos órgãos públicos municipais. 

Estranho que algumas pessoas, ainda neste ano de 2001, nos perguntem “ como vai a sinfônica” ? Ou então:” e a nossa Orquestra de Estrela, como vai” ? Em primeiro lugar, gostaria de esclarecer que não se trata de uma Orquestra Sinfônica, em segundo, seu nome não era “Orquestrela”, e, em terceiro, não mais estamos participando da OCVAT, desde 1996. Estas perguntas revelam o real interesse e preocupação que certas pessoas têm pelo assunto em questão. 

Escolhi este meio de comunicação porque lembrei das palavras de um grande pregador numa oportunidade, em retiro espiritual. Ele falou que ” todo cristão deve ter por hábito a leitura de duas fontes de informação: o jornal e a Bíblia Sagrada. O jornal nos conta o que aconteceu, a Bíblia, o que ainda vai acontecer”! 

Finalizando esta série de artigos, contando um pouco da trajetória de uma Orquestra, desejo, de forma enfática, externar o meu agradecimento e também o reconhecimento ao jornal Folha de Estrela, na pessoa de seu Editor-Diretor Sr. Paulo Roberto Pochmann de Quevedo, inicialmente pela acolhida e, também , na condição de ser o único veículo de comunicação que, na ocasião, teve a coragem de manifestar a sua indignação contra a inusitada e repentina alteração da identidade de uma entidade cultural, conhecida e reconhecida como sendo de âmbito regional, como foi a OCVAT - Orquestra de Concertos “Vale do Taquari”, para o impositivo nome de OCLAJE - Orquestra de Concertos de LAJEADO.

Documento do Acervo do Memorial da Aepan-ONG

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