Presidente Ernesto Geisel

Presidente Ernesto Geisel.
Um Estrelense que nasceu em Bento Gonçalves

            Escrever sobre o ex-presidente da República Ernesto Geisel é mais do que um desafio, é uma ousadia tendo em vista a dimensão de sua trajetória na história do Brasil registrada no transcorrer do século XX.
            A presente iniciativa não entra no mérito das posições ideológicas com relação ao fato do General ter sido o quarto presidente da Revolução Militar que teve início em 1964 e que perdurou até 1985. Certamente existem muitos posicionamentos contra e outros a favor.
Passados dez anos de seu falecimento ocorrido em 12 de setembro de 1996, procuramos focalizar num contexto desprovido de paixões alguns aspectos da vida familiar e pública do Alemão como era conhecido nos quartéis, estrelense de coração, que governou o Brasil numa época em que o mundo viveu a crise do petróleo.
E para quem pensa que o ex-presidente queria ser esquecido engana-se. Já combalido por uma doença grave Geisel concedeu longa entrevista sobre suas memórias a pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas que só foram publicadas após sua morte por determinação da sua esposa Lucy.


Geisel – Um Estrelense que nasceu em Bento 

Segundo jornal da época o Presidente da República, Ernesto Geisel é um estrelense que não nasceu em Estrela. Já antes do nascimento de Ernesto, os seus pais moravam em Estrela. A casa era brilhante, uma das maiores da redondeza. Ali o casal esperava o filho. A casa só não foi berço do presidente por ordem do destino.
Mas havia uma viagem a fazer. Uma viagem foi necessária, e o casal Geisel teve que se deslocar para outro município. A esposa estava sentindo dores, o marido não sabia o que fazer, estavam longe de casa, talvez não desse nem tempo de voltar a Estrela. Foi necessário então que ali mesmo, onde estavam, procurassem atendimento médico para a parturiente.
O menino nasceu em Bento Gonçalves. Filho de August Wilhelm Geisel e Lydia Beckmann, seu pai, de nacionalidade alemã, veio da Baviera para o Brasil em 1883 e fixou residência em Novo Paraíso, no município de Estrela. Mas foi em Estrela que o ex-presidente cresceu, brincou, freqüentou a escola tornou-se adulto. Naquela casa cercada de árvores, com uma longa varanda para os dias quentes, foi que acalentou seus sonhos e vislumbrou caminhos do futuro. Talvez, entre seus sonhos não figurasse a hipótese de ser, um dia, Presidente da República de seu País.

A esposa e filhos de Geisel

                   O ex-presidente foi casado com Lucy Markus Geisel, professora primária, filha de Augusto Frederico Markus e Joana Beckmann. Casou-se em 15 de julho de 1939, com o então capitão Ernesto Geisel, depois presidente do Brasil. A ex-primeira-dama Lucy Markus Geisel, de 82 anos, morreu às 8h30 do dia 03 de março de 2000, na clínica Prontocor, no Rio, vítima de parada cardiorrespiratória, em conseqüência de um acidente automobilístico que sofreu por volta das 7 horas, na região da Lagoa Rodrigo de Freitas, zona sul do Rio de Janeiro. O casal teve dois filhos Amália Lucy e Orlando, vítima de acidente. Na tarde de 28 de março de 1957 o coronel Ernesto Geisel completara um ano de comando em Quitaúna. Havia uma pequena comemoração no quartel e até um jogo de basquete. Seu filho Orlando Geisel Sobrinho ia para a quadra. Era magro, tinha dezesseis anos, 1,86 m, óculos de fundo de garrafa e tradição de bom aluno. Decidira formar-se em engenharia eletrônica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica - o ITA - e deveria fazer vestibular no ano seguinte. Comprara pão para a casa, deixara a irmã estudando desenho e montara na bicicleta. Viram-no com um garoto na garupa, a caminho do quartel. Ao atravessar a linha do trem, o jovem Orlando foi apanhado por uma composição e, ferido na cabeça, morreu no leito da ferrovia. Ninguém testemunhou o acidente. Um oficial reconheceu o corpo e avisou o coronel Geisel. Ele viu o filho, foi para casa e informou a família. Em poucos meses seus cabelos louros ficaram completamente brancos. A partir de então, sempre que lhe foi possível, passou o dia 28 de março na companhia da mulher Lucy. Já a filha do casal, Amália Lucy Geisel formou-se historiadora e mora atualmente no Rio de Janeiro.

Os Irmãos do Presidente Geisel

Henrique, Orlando e Ernesto, três dos cinco irmãos Geisel (os outros eram Bernardo, um engenheiro-químico e Amália, uma professora), orientaram-se para a carreira militar quase que por falta de alternativas. Todos os três cursaram o Colégio Militar de Porto Alegre e depois seguiram para a Escola de Cadetes de Resende abraçando a carreira das armas. Os dois irmãos Geisel mais próximos, Orlando e Ernesto foram empolgados pela Revolução de 1930, aderindo ao levante de 3 de outubro liderado por Getúlio Vargas, presidente do Estado do Rio Grande do Sul, contra o presidente da União, o paulista Washington Luís. Orlando chegou a ser Ministro do Exército do governo do presidente Medici.

Biografia de Geisel
Ernesto Geisel, militar e presidente da República entre março de 1974 e março de 1979, nasceu em Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul, a 3 de agosto de 1908. Cursou o Colégio Militar de Porto Alegre entre 1921 e 1924, continuando seus estudos na Escola Militar do Rio de Janeiro. Apoiou a Revolução de 1930, participando também dois anos mais tarde da campanha contra os rebeldes constitucionalistas de São Paulo.
Geisel e a maioria dos oficiais de alta patente ligados à Escola Superior de Guerra (ESG) tiveram participação ativa no movimento militar de março de 1964. Nos anos seguintes, Geisel ocupou o Gabinete Militar do presidente Castello Branco. Após uma curta passagem pelo Superior Tribunal Militar, foi designado em 1969 para a presidência da Petrobrás.
Ao deixar a Petrobrás, era o preferido do presidente Médici para a sucessão presidencial. Obtendo o apoio da ARENA, o partido do governo, Geisel tornou-se o novo presidente a 15 de janeiro de 1974, através da eleição do Colégio Eleitoral. Os anos de seu governo presenciaram uma lenta transição ao regime democrático. Desse modo, as eleições legislativas de 1974 decorreram num clima de relativa liberdade, registrando-se nesse pleito uma vitória significativa da oposição. Para evitar uma derrota ainda maior nas eleições de 1978, o governo elaborou em junho de 1976 a "Lei Falcão", que limitava a propaganda no Rádio e na TV. O "Pacote de Abril" de 1977 foi outra medida visando preservar a maioria governista no Congresso e nos cargos executivos. No plano internacional, Geisel estabeleceu em junho de 1975 o Acordo Nuclear Brasil-Alemanha, destinado a iniciar a construção de reatores nucleares no país.
Geisel enfrentou com decisão os oficiais contrários à concessão de liberdades civis, entre eles o ministro do Exército Sílvio Frota. A exoneração de Frota em 1977 representou um pesado golpe sobre a "linha dura" do oficialato. Em 31 de dezembro de 1978, o presidente Geisel revogou o AI-5, dando um passo decisivo no processo de redemocratização do país. Também restabeleceu a liberdade de imprensa.  A preferência de Geisel na escolha do candidato à sucessão recaiu no general João Figueiredo, cujo governo deu prosseguimento à abertura política.

            O belo terno de Geisel
O general Ernesto Geisel foi eleito presidente da República Federativa do Brasil na ensolarada manhã de 15 de janeiro de 1974. Ao cair da noite, no grande salão azul do Hotel Nacional, ele comparecia a uma interminável cerimônia de apresentação de cumprimentos dos delegados do Colégio Eleitoral. A elegância de Geisel recebeu pelo menos um elogio insuspeito: no momento em que deixava o hotel, ouviu de seu companheiro, o vice-presidente Adalberto Pereira dos Santos, o comentário formulado em termos igualmente atualizados. "Puxa, seu terno está pra frente..."
            Feitos do governo Geisel
Implantou o II PND – Plano Nacional de desenvolvimento, que visava criar bases para a indústria (procurando reduzir a dependência em relação a fontes externas).
Geisel iniciou uma série de gigantescos projetos como a Usina de Tubarão (Espírito Santo), Açominas (Minas Gerais), Ferrovia do Aço (Minas Gerais), Hidrelétricas de Itaipu (Paraná), Sobradinho (Bahia) e Tucurui (Para). Acordo com a Alemanha para a construção de usinas nucleares; Criação de vários pólos petroqímicos e ainda a construção de linhas do metrô de São Paulo e no Rio de Janeiro.
Com o objetivo de ampliar as fontes alternativas de energia para fazer frente à Crise do Petróleo, os investimentos se estenderam para o setor energético: iniciou-se um programa visando à implantação de um combustível alternativo à gasolina, o álcool. Surgiu então o Proálcool (Programa Nacional do Álcool) em 1975.
Em 10 de novembro de 1977, foi inaugurado oficialmente pelo Exmo. Sr. Vice-Presidente da República, General Adalberto Pereira dos Santos, o Entroncamento Rodo-Ferro-Hidroviário de Estrela, primeiro do gênero no Brasil. A Petrobrás se responsabilizou pelos encargos financeiros da obra que situou-se em torno de trezentos milhões de cruzeiros. A obra foi executada em conjunto com o DEPREC e SESA – empresas estatais gaúchas.
Economia no Governo Geisel
Quando assume a presidência, o General Ernesto Geisel  troca Delfin Neto por Mário Henrique Simonsen no Ministério da Fazenda e mantém Veloso no Planejamento.
A economia já sente os efeitos da crise do petróleo que começa em 1973 quando o barril sai de US$ 6 para US$ 12 em 1976/1977 e as importações do petróleo que custavam US$ 500 milhões saltam para US$ 3 bilhões anuais levando o país a um forte endividamento externo. A divida cresce de US$ 12 bilhões em 1974 para US$ 49 bilhões. O aumento dos combustíveis aumenta a inflação.
Por outro lado o crescimento econômico (PIB) aumenta 9,4% em 1974, 5,4% em 1975, 9,7% em 1976, 5,7% em 1977, 5,0% em 1978 e 6,4% em 1979.
            Secreta surpresa de Geisel
            Ernesto Geisel foi sem dúvida um militar excepcional. O ex-presidente ao contrario de seus colegas fardados achou que sua história merecia e deveria ser contada. Fez exatamente o oposto do seu sucessor, João Figueiredo, ao pedir que o esquecessem.
Mesmo convivendo com um câncer que o mataria em 12 de setembro de 1996, aos 88 anos de idade, aceitou o convite de pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas para deixar seu depoimento nos anais da instituição.
O velho General falou durante o período entre julho de 1993 e agosto de 1996, em entrevistas dadas na própria sede da FGV. Ao final os pesquisadores tinham 33 horas e 20 minutos de gravação e aproximadamente 800 páginas de transcrição, minuciosamente revistas e anotadas pelo próprio Gaisel que culminou com um livro de aproximadamente 500 páginas.  Ernesto Geisel  tornou-se um best-seller,  a exemplo dos Diários de Getúlio Vargas. Os dois ex-presidentes são — ao lado de Juscelino Kubitschek — as figuras mais marcantes da política brasileira no século XX.
Nota-se no depoimento que Geisel foi um militar formal, rígido, absolutamente respeitador da hierarquia e capaz de ter opiniões próprias sobre todos os assuntos e problemas que o Brasil enfrentou nos últimos 70 anos.

Algumas afirmações de Geisel a FGV
·                           Em 1930, votei no Getúlio. Quando Washington Luiz lançou a candidatura de Júlio Prestes para seu sucessor, era quase uma sucessão dentro da família, na área de São Paulo.
·                           Quando se fez a FEB, nem eu nem meus irmãos fomos convocados. Havia o preconceito por sermos de origem alemã.
·                           Meu filho era um rapaz muito bom, muito benquisto. Estava fazendo o curso secundário em Osasco. Tinha 16 para 17 anos. Uma tarde no quartel havia um jogo. Ele foi assistir de bicicleta. Para chegar ao quartel devia atravessar a via férrea. Não sei se foi imprevidência ou distração dele. Foi atropelado por um trem em alta velocidade. Foi uma morte estúpida, um drama terrível em nossa vida.
·                           Fui contra, e ainda acho que foi um erro a construção de Brasília.
·                           Em 1964 não havia mais legalidade. O governo Jango pelo que fazia era ilegal.
·                           A maneira como Costa e Silva esbaforido sugeriu ao Castelo a cassação de Jucelino, falando em voz alta e no avião quando retornávamos de uma viagem a São Paulo me chocou.   
Bibliografia consultada do acervo do Memorial da Aepan-ONG.
Discursos – Ernesto Geisel – Volume I – 1975
Mensagem ao Congresso Nacional – Ernesto Geisel – 1975
Suplemento especial - Jornal diário de notícias 23 outubro de 1977
Realidade Brasileira – José Odelso Schneidser, Matias Martinho Lenz  e Almiro Petry – 1977
1964 – A Conquista do Estado – Ação Política, poder e Golpe de Classe – René Dreifuss - 1982
O município de Estrela – História e Crônica – Lotar Hessel – 1983
O Brasil em Foco – Joelza Ester Domingues e Laura Fiusa – 1995
Revistas Manchete – suplementos sobre a história do Brasil – 1997
Fotos: Reprodução – Arquivo da Aepan-ONG
Pesquisa: Airton Engster dos Santos


11 comentários:

opedeuta disse...

Tá de sacanagem ? Revolução ? Grande presidente ? Ah , ele morreu ? Não sabia ! Que arda no inferno , e na PQP !

Samuel Nucci disse...

Viva as FFAA livraram o país do comunismo o resto é mimimi

Carlostantomar disse...

Um tipo de brasileiro que faz falta hoje em dia, um PATRIOTA, descanse em paz, cumpriu seu papel.

sanmirax disse...

Foi um grande presidente

sanmirax disse...

Foi um grande presidente

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Foi um patriota. Fez grandes obras de infraestrutura, presidiu a Petrobras e nunca foi envolvido em corrupção. Morreu pobre ao contrário da quadrilha petista que destrói o Brasil. Espero que o presidente Bolsonaro continue a sua obra.

Unknown disse...

Espero que esteja ardendo no inferno, este nazista

Unknown disse...

Sei lá

LifeWave Europa disse...

Com certeza!

Aristhoteles disse...

Deve está ao lado do capeta nesse momento. Eu chooooooro!